Quociente intelectual pré-mórbido e o diagnóstico de comprometimento cognitivo em idosos

Quociente intelectual pré-mórbido e comprometimento cognitivo

Autores/as

  • Gislaine Gil Serviço de Geriatria, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Alexandre Leopold Busse Serviço de Geriatria, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Regina Miksian Magaldi Serviço de Geriatria, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Elyse Soares Ribeiro Serviço de Geriatria, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Wilson Jacob-Filho Serviço de Geriatria, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Daniel Apolinario Serviço de Geriatria, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Palabras clave:

neuropsicologia, comprometimento cognitivo, cognição, doença de alzheimer, inteligência

Resumen

No Brasil, existe uma heterogeneidade da qualidade da educação elementar. Assim, se o ajuste de desempenho nos testes neuropsicológicos for feito pelo número de anos de escolaridade, pode resultar em diagnósticos falsos em pessoas idosas. Para contrapor essa limitação, o instrumento como o Teste de Acentuação de Palavras brasileiro (TAP-Br) foi criado com o arrazoado de que a inteligência pré-mórbida que é mensurada pelo teste seria um parâmetro de comparação mais preciso do que a escolaridade para detectar o comprometimento cognitivo. O objetivo do estudo foi avaliar a estabilidade do TAP-Br aos estágios iniciais de comprometimento cognitivo, comparando idosos com desempenho cognitivamente normal (DCN), doença de Alzheimer leve (DA leve) e comprometimento cognitivo leve amnéstico (CCLa) e avaliar a confiabilidade teste-reteste. Utilizou-se a técnica de pareamento de frequência, 135 indivíduos foram classificados, após avaliação clínica e neuropsicológica: DCN, CCLa e DA leve. Uma subamostra sem demência, selecionada por conveniência, foi recrutada para verificar a confiabilidade teste-reteste utilizando o coeficiente de correlação intraclasse . Os resultados sugerem que houve estabilidade de desempenho entre os grupos avaliados (p = 0,603). A confiabilidade teste-reteste foi avaliada após 12,7 (± 0,7) meses, com CCI de 0,97 (IC95%; 0,94 - 0,98). O TAP-Br apresentou resistência às fases iniciais do comprometimento cognitivo alcançando melhor precisão diagnóstica na clínica neuropsicológica dos transtornos cognitivos em idosos.

Citas

Alves, L., Simões, M. R., & Martins, C. (2012). The Estimation of Premorbid Intelligence Levels among Portuguese Speakers: The Irregular Word Reading Test (TeLPI). Archives of Clinical Neuropsychology, 27 (1), 58–68. https://doi.org/10.1093/arclin/acr103

Alves, L., Freitas, S., Martins, C., Santana, I., & Simões, M.R. (2013). O TeLPI e o seu papel na identificação do declínio cognitivo. Revista E-Psi, 3(1), 25-47. https://revistaepsi.com/artigo/2013-ano3-volume1-artigo2/

Atalaia-Silva, K.C., & Lourenço, R.A. (2008). Tradução, adaptação e validacão de construto do Teste do Relógio aplicado entre idoso no Brasil. Revista de Saúde Pública, 42(5), 930-7). https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000500020

Bayles, K., & Boone, D. (1982). The potencial of language tasks for identifying senile dementia. Journal of Speech and Hearing Disorders, 47 (2), 210-217. https://doi.org/10.1044/jshd.4702.210

Barnet, J.H., Lewis, L., Blackwell, A.D., & Taylor, M. (2014). Eary intervention in Alzheimer's disease: a health economic study of the effects of diagnostic timing. BMC Neurology, 14, 101. https://doi.org/10.1186/1471-2377-14-101

Bolognan, S.A.P., Miranda, M.C., Martins, M., Bueno, O.F.A., Camargo, C.H.P., & Pompeia, S. (2015). Development of alternative versions of the Logical Memory subtest of the WMS-R for use in Brazil. Dementia Neuropsychology, 9(2), 136-48. https://doi.org/10.1590/1980-57642015DN92000008

Brucki, S. M. D., Malheiros, S.M.F., Okamoto, I.H., & Bertolucci, P.H. (1997). Dados normativos para o teste de fluência verbal categoria animais em nosso meio. Arquivos Neuro-Psiquiatria, 55(1), 56-61. https://doi.org/10.1590/S0004-282X1997000100009

Camozzato, A.N., Godinho, C., Kochann, R., Massochini, G., & Chaves, M.L. (2015). Validação da versão brasileira do Questionário do Inventário Neuropsiquiátrico. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 73(1), 41-45. https://doi.org/10.1590/0004-282X20140177

Capellini, S.A. (2004). Distúrbios de aprendizagem versus dislexia. In L.P. Ferreira (Ed.), Tratado de Fonoaudiologia (pp. 862-876). Roca.

Chaimowicz, F., & Burdorf, A. (2015). Reliability of Nationwide Prevalence Estimates of Dementia: A Critical Appraisal Based on Brazilian Surveys. PLOS ONE,10(7), e0131979. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0131979

Crawford, J.R., Parker, D.M., Stewart, L.E., Besson, J.A., & Lacey, G. (1989). Prediction of WAIS IQ with the National Adult Reading Test: Cross-validation and extension. British Journal of Clinical Psychology, 28(3), 267-273. https://doi.org/10.1111/j.2044-8260.1989.tb01376.x

Colombo, L., Brivio, C., Benaglio, I., Siri, S., & Cappa, S.F. (2000). Alzheimer patients’ ability to read words with irregular stress. Cortex, 36, 703-714. https://doi.org/10.1016/S0010-9452(08)70547-1

Contador, I., Bernejo-Pareja, F., Del Ser., T., & Benito-León, J. (2015). Effects of education and word reading on cognitive scores in a community-based sample of Spanish elders with diverse socioeconomic status. Journal of Clinical Experimental Neuropsychology, 37(1), 92-101. https://doi.org/10.1080/13803395.2014.989819

Cummings, J.L., Mega, M., Gray, K., Rosenberg-Thompson, S., Carusi, D.A., & Gornbein, C.J. (1994). The neuropsychiatric inventory: comprehensive assessment of psychopathology in dementia. Neurology, 44, 2308-2314. https://doi.org/10.1212/WNL.44.12.2308

Del Ser, T., González-Montalvo, J.I., Martinez-Espinosa, S., Delgado-Villapalos, C., & Bernejo, F. (1997). Estimation of premorbid intelligence in Spanish people with the Word Accentuation Test and its application to the diagnosis of dementia. Brain and Cognition, 33, 343-356. https://doi.org/10.1006/brcg.1997.0877

Gil, G., Magaldi, R.M., Busse, A.L., Ribeiro, E.S., Brucki, S.M.D., Yassuda, M.S., Jacob-Filho, W., & Apolinario, D. (2019). Development of a word accentuation test for predicting cognitive performance in Portuguese-speaking populations. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 77(8), 560-567. https://doi.org/10.1590/0004-282x20190089

Graham, J.E., Rockwood, K., Beattie, B.L., Eastwood, R., Gaithier, S., & Tuokko, H. (1997). Prevalence and severity of cognitive impairment with and without dementia in an elderly population. Lancet, 21; 349(9068),1793-1796. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(97)01007-6

Jacinto, A. F. (2011). Detection of cognitive impairment in the elderly by general internists in Brazil. Clinics, 66(8),1379-1384. https://doi.org/10.1590/S1807-59322011000800012

Koo, T., & Li, M. (2016). A guideline of selecting and reporting intraclass correlation coefficients for reliability research. Journal Chiropractic Medicine, 15(2), 155-163. https://doi.org/10.1016/j.jcm.2016.02.012

Kroenke, K., Spitzer, R., & Williams, J. (2001). The PHQ-9: validity of a brief depression severity measure. J Gen Intern Med, 16,606-613. https://doi.org/10.1046/j.1525-1497.2001.016009606.x

Maia, A.L.G., Godinho, C., Ferreira, E.D., Almeida, V., Schuh., A., Kaye, J., & Chaves, M.L.F. (2006). Aplicação da versão brasileira da escala de avaliação clínica da demência (Clinical Dementia Rating - CDR) em amostras de pacientes com demência. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 64(2b), 485-489. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2006000300025

Manly, J., Jacobs, D.M., Touradji, P., Small, S.A., & Stern, Y. (2002). Reading level attenuates differences in neropsychological tests performance among African American elderly. Applied neuropsychological, 8(3), 341-348. https://doi.org/10.1017/S1355617702813157

Mansur, L., Radanovic, M., Araújo, G.C., Taquemori, L.Y., & Greco, L.L. (2006). Boston Naming Test: performance of Brazilian population from São Paulo. Pró Fono Revista de Atualização Científica, 18(1), 13-20. https://doi.org/10.1590/S0104-56872006000100003

Mcfarlane, J., Welch, J., & Rodgers, J. (2006). Severity of Alzheimer's disease and effect on premorbid measures of intelligence. Clin Psychology, 45, 453-463. https://doi.org/10.1348/014466505X71245

Mckhann, G., Knopman, D.S., Chertkow, H., Bradley, T.H., Clifford, R.J.J., Kawas, C., Klunk, W.E., Koroshetz, W.J., Manly, J.J. Mayeux, R., Mohs, R.C., Morris, J.C., Rossor, M.N., Scheltens, P., Carrillo, M.C., Thies, B., Weintraub, S., & Creighton, H. P. (2011). The diagnosis of dementia due to Alzheimer's disease: recommendations from the National Institute on Aging-Alzheimer's Association workgroups on diagnostic guidelines for Alzheimer's disease. Alzheimers Dementia, 7(3), 263-269. https://doi.org/10.1016/j.jalz.2011.03.005

Mitchell, A.; Meader, N.; & Pentzek, M. (2011). Clinical recognition of dementia and cognitive impairment in primary care: a meta-analysis of physician accuracy. Acta Psychiatrica Scandinavica, 124(3), 165-83. https://doi.org/10.1111/j.1600-0447.2011.01730.x

Rabelo, I.S.A., Pacanaro, S.V., Rossetti, M.O., Leme, I.F.A.S., Castro, N.R., Guntert, C.M., Miotto, E.C., & Lucia, M.C.S. (2010). Color Trails Test: a Brazilian normative sample. Psychology Neuroscience, 3(1), 93-99. https://doi.org/10.3922/j.psns.2010.1.012

Randolph, C., Tierney, M.C., Mohr, E., & Chase, T.N. (1998). The Repeatable Battery for the Assessment of Neuropsychological Status (RBANS): preliminary clinical validity. J Clin Exp Neuropsychology, 20(3), 310-319. https://doi.org/10.1076/jcen.20.3.310.823

Royall, D., Cordes, J., & Polk, M. (1998). CLOX: an executive clock drawing task. J Neurol Neurosurg Psychiatry, 64(5), 588-594. https://doi.org/10.1136/jnnp.64.5.588

Shapiro, A.M., Benedict, R.H., Schretien, D., & Brandt, J. (1999). Construct and concurrent validity of the Hopkins Verbal Learning Test-revised. The Clinical Neuropsychology, 13(3), 348-358. https://doi.org/10.1076/clin.13.3.348.1749

Sierra, N., Torralva, T., Roca, M., Manes, F., & Burin, D.I.B. (2010). Estimación de la inteligencia premórbida en deterioro cognitivo leve y moderado y en déficit ejecutivo. Revista Neuropsicologia Latinoamericana, 2(1), 25-32. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rnl/v2n1/v2n1a04.pdf

Spitzer, R. (2006). A brief measure for assessing generalized anxiety disorder: the GAD-7. Arch Intern Medicine, 166,1092–1097. https://doi.org/10.1001/archinte.166.10.1092

STATACORP. (2015). Stata Statistical Software: Release 13. StataCorp LP.

Strauss, E., Sherman, E., & Spreen, O. (2006). A compendium of neuropsychology tests: administration, norms and commentary. Oxford University Press.

Wechsler, D. (1997). WAIS-III: administration and scoring manual. Psychological Corporation.

Wimo, A. (2013). The worldwide economic impact of dementia 2010. Alzheimer's Dementia, 9(1), 1-11. https://doi.org/10.1016/j.jalz.2012.11.006

Yates, D.B. (2006). Apresentação da escala de inteligência Wechsler abreviada: (WASI). Avaliação Psicológica, 5(2), 227-233.

Archivos adicionales

Publicado

2023-08-30

Cómo citar

Gil, G., Leopold Busse, A. ., Miksian Magaldi , R., Soares Ribeiro , E., Jacob-Filho , W., & Apolinario , D. (2023). Quociente intelectual pré-mórbido e o diagnóstico de comprometimento cognitivo em idosos: Quociente intelectual pré-mórbido e comprometimento cognitivo. Neuropsicología Latinoamericana, 15(2), 1–9. Recuperado a partir de https://www.neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/790

Número

Sección

Artículos / Articles / Artigos